sábado, 31 de agosto de 2019

Qual o preço da evolução

Eu já me lesionei várias vezes andando de skate e hoje em dia aprendi a não me machucar, ou pelo menos a me machucar muito menos, muito pela preparação física específica para andar e outra pela minha mudança de comportamento.
É provável que a maior parte das lesões no skate, tirando os traumas diretos, aconteça por sobrecarga no corpo, e as partes mais afetadas são músculos, tendões e articulações dos membros inferiores. Isso muitas vezes acontece porque você passa do ponto durante as sessões andando de skate como se não houvesse amanhã. O corpo até envia alguns sinais para avisar que está no limite, como fadiga e dores musculares excessivas; por isso, você não pode ignorar um dos princípios básicos para prevenir lesões, que é reconhecer e respeitar os limites do corpo.
A condição emocional de alguns skatistas também pode estar relacionada com um número maior de lesões, já que existem pessoas mais competitivas, com ímpeto maior e uma necessidade maior de se superar. E também não é raro que pessoas com esse perfil não tenham paciência para respeitar o tempo adequado para se recuperar de uma eventual lesão; acabam voltando a andar antes do tempo e às vezes conseguem uma lesão ainda mais grave, aumentando o tempo de afastamento. Alguns até respeitam o período de recuperação, mas voltam querendo tirar o atraso das manobras e retomar logo o nível de skate antes da lesão, exagerando na intensidade das sessões e principalmente no nível das manobras. Fuja desse círculo vicioso!
Se você, nesse exato momento, está pensando em como voltar a andar depois de um período afastado por causa de uma lesão, a dica é primeiro receber alta médica e do fisioterapeuta que realizaram seu tratamento, melhorar seu condicionamento físico com treinos específicos ou não, voltar a andar de skate gradativamente, remar, fazer um solo, ganhar confiança para depois querer subir o nível das manobras.
A evolução no skate tem um preço alto, mas ele não pode te tirar sempre de cima do carrinho, respeite seu corpo, respeite seus limites e busque sua evolução subindo um degrau de cada vez.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 24 de agosto de 2019

Fascite Plantar e o skate

A fascite plantar está entre as três patologias mais frequentes nos pés dos skatistas. Ela gera dor na sola do pé e tem como um dos cuidados caseiros mais comuns massagens com bolas de tênis ou algum outro tipo de bola rígida. De fato, essa recomendação pode ajudar, mas ela funciona melhor aliada a outros cuidados.
A bolinha é apenas parte de um tratamento, amassagem na sola do pé é muito utilizada no tratamento da fascite plantar, pois tende a aliviar os sintomas. Porém, ela dificilmente trata a causa do problema, que pode ser fraqueza muscular ou alto impacto. Por isso, é importante procurar um tratamento mais completo caso os sintomas não diminuam, pois a fascite plantar é uma patologia que tende a se tornar crônica.
Não faça massagem em um local muito dolorido, embaixo do calcanhar e em sua lateral interna. Esses são os pontos mais doloridos da fascite. Pressionar essas regiões de forma muito intensa não é recomendável, pois nelas há um processo inflamatório intenso, que pode piorar se a massagem se tornar uma agressão aos tecidos, neste caso o ideal são compressas de gelo e eletroterapia. Você pode utilizar a bolinha em toda a sola do pé, mas diminua a pressão ou evite os pontos mais doloridos.
Não tem que doer, é cultural imaginar que, para fazer efeito, essas massagens devem gerar dor. Mas isso nem sempre é verdade, ainda mais se você está fazendo sozinho, sem a supervisão de um profissional da saúde. A massagem deve ser firme, mas sem machucar. Você deve sentir pressão, não dor.
O Autocuidado é importante, mas não deixe que os sintomas fiquem muito intensos para procurar ajuda o que pode já ser tarde, e você precisar ficar afastado do skate por um longo período.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 17 de agosto de 2019

Parar de andar com dor no joelho?

Os joelhos ainda continuam sendo objeto de preocupação entre os skatistas. Após receber o diagnóstico de desgaste no joelho (condromalácia patelar ou osteoartrose) muitas dúvidas costumam surgir sobre a possibilidade de se andar de skate ou as possíveis restrições e cautelas necessárias. Cada caso exige cuidados individuais e pode receber indicações diferentes, mas de um modo geral a atividade física ( não somente o skate) não é desaconselhada; pelo contrário, ela é o melhor tratamento para esse tipo de problema no joelho.
Muitos skatistas conseguem manter o ritmo normal nas sessões de skate mesmo com o diagnóstico de condromalácia. Um acompanhamento médico e do fisioterapeuta podem ser necessários, além de um bom preparo físico que inclui o controle do volume das sessões de skate, feito por um profissional de educação física. Mantendo boa força muscular, biomecânica e descanso adequado, as chances de continuar andando normalmente são grandes. Como tratamento, fortalecimentos e movimento são as palavras chaves.
Quanto mais o joelho fica parado, pior. É importante realizar alguma atividade física, respeitando os limites da dor e as orientações específicas para o caso. Terapia passivas, como equipamentos (TENS, ultrassom) e manipulação, embora possam ter sua função em determinados momentos, não são a primeira escolha. Exercícios ativos são os mais indicados para dores no joelho.
Cuidados serão necessários, assim como algumas pausas em momentos de crise, mas o desgaste no joelho não é uma sentença de sedentarismo e tão pouco a parar de andar de skate. Continuar em movimento é o melhor a se fazer e manobrar além da melhora física, contribui com a melhora psicológica do skatista, tendo em vista o prazer em andar de skate.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 10 de agosto de 2019

"Pulso Aberto" no skate

É muito comum ver skatistas com os membros superiores machucados, ainda mais os iniciantes, que por não saberem se proteger das quedas acabam utilizando as mãos para aguentar o peso do corpo e proteger o resto do corpo. Umas das queixas que mais ouço pelas redes sociais e até pessoalmente é o famoso “pulso aberto” e é sobre ele que falaremos hoje.
A expressão “pulso aberto” é utilizada para descrever uma dor associada à zona do punho. Independentemente da sua causa, ao sentirmos uma dor, ou desconforto nessa zona, existe a tendência para denominá-la de pulso aberto. Para além da dor, existem outros sintomas que podem surgir, como por exemplo, falta de força repentina, ou pode estar associada a algum tipo de lesão por movimentos repetitivos.
Os sintomas mais comuns na patologia do pulso, são, na sua fase inicial a dor suportável no punho, sensibilidade alterada, edema, dor articular que aumenta com os movimentos e diminuição de força na mão. Geralmente estes sintomas são causados por traumas diretos, esforços repetitivos, tendinites além de outras doenças.como artrose por exemplo.
Entretanto, devido a grande quantidade de estruturas encontradas nessa região, é importante a avaliação por um especialista, para que seja feito o diagnóstico e tratamento adequados, evitando futuras complicações, como artrose e tendinites crônicas, por exemplo.
A imobilização do punho pode ser um primeiro passo, para amenizar os sintomas, como dor e o inchaço, assim como a aplicação de gelo no local durante 20 minutos, com cuidado e proteção da pele durante todo o tempo. A fisioterapia pode ser indicada em muitos casos, sobretudo quando a recuperação é mais lenta.
Nas lesões mais leves, pode ser necessário apenas fazer repouso, gelo local e tomar medicamentos analgésicos para aliviar a dor. Já os casos mais severos podem necessitar inclusive de intervenção cirúrgica.
O “pulso aberto” não é uma lesão específica no punho, mas sim uma hipótese de muitas lesões que podem ocorrer nesta região, por uma avaliação médica com exames de imagem é fundamental para realmente saber o que ocorre para assim dar início ao tratamento.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 3 de agosto de 2019

Lesões na coluna dos skatistas

Skatistas profissionais e amadores estão sujeitos a diversos tipos de lesões da coluna. As mais comuns acometem os tecidos moles, como músculos e ligamentos da região lombar. Há também lesões no disco intervertebral e, em alguns casos, fraturas.
A incidência de lesões da coluna em skatistas é considerável, entre 10 e 15%, podendo ser ainda mais alta em algumas modalidades específicas que exigem maior sobrecarga. Está associada a mecanismos característicos das manobras. Forças como flexão, extensão, compressão, cisalhamento e torção, além de traumas decorrentes de impactos, são algumas das causas que podem levar à lesão.
Já skatistas amadores, ou de final de semana, principalmente quando estão em uma fase sedentária, costumam sentir o aumento da intensidade nas sessões, resultando também em problemas na coluna vertebral. As lesões em tecidos moles são as mais comuns, sendo caracterizadas por dor na musculatura lombar. Estão associadas a movimentos de flexão e torção, além de sobrecarga na coluna. Para o diagnóstico do problema, podem ser exigidos alguns exames de imagens, como raio-X e ressonância. Normalmente, o tratamento indicado é o conservador, por meio de medicamentos, repouso, fisioterapia com exercícios de reforço muscular da coluna, abdômen e pelve.
Outra lesão bem comum em skatistas é a hérnia de disco que está associada a movimentos (flexão e rotação) e impactos durante a sessão. Em skatistas iniciantes, a causa mais provável é o acúmulo de lesões da coluna menores que, se não tratadas, podem levar à condição. A hérnia de disco é comum em esportes de impacto como o skate. Pode acometer também pessoas que realizam exercícios de musculação de forma inadequada durante o condicionamento físico. A avaliação de um especialista, com o auxílio de exames de imagem, é a principal forma de diagnosticar o problema. A partir disso, o paciente é encaminhado para o tratamento indicado.
Outro problema comum é a Espondilólise. Trata-se de uma fratura geralmente causada por microtraumas repetitivos, as chamadas fraturas por estresse. Está associada a movimentos de hiperextensão e carga axial. Os principais sintomas estão relacionados à dor lombar acentuada, durante ou após as sessões, geralmente sem irradiação para as pernas. Para o diagnóstico do problema, o médico especialista pode incluir vários exames de imagem, como radiografia, radiografias dinâmicas, tomografia computadorizada, ressonância magnética e, em alguns casos, o Pet Scan, que pode diagnosticar a lesão antes que ela ocorra. Devido à instabilidade causada pela fratura, alguns casos podem apresentar um deslizamento da vértebra superior fraturada sobre a inferior. Estes métodos de imagem são utilizados também para avaliar o grau de deslizamento da lesão.A resposta ao tratamento conservador é que determina se o tratamento da espondilólise será cirúrgico.
As articulações da coluna estão sujeitas a entorse como qualquer outra articulação do corpo, como os joelhos ou como exemplo mais proporcional, as articulações dos dedos. Nestas lesões podem ocorrer aumento do volume do líquido articular, estiramentos da cápsula e ligamentos, e pequenas alterações da cartilagem de suas superfícies. O principal mecanismo dessas lesões na coluna lombar são os movimentos rotacionais, que são naturalmente muito limitados.
E o principal e mais grave problema que acomete os skatistas são as fraturas por traumas de alta energia, que podem causar fraturas com risco inclusive de acometimento neurológico.O tratamento é condicionado pela gravidade da fratura, podendo ser tratada apenas com coletes, mas pode exigir tratamento cirúrgico em caráter de urgência. Diante dos movimentos realizados nas manobras, o skatista, seja ele profissional ou amador, consegue prevenir problemas na coluna com o acompanhamento médico adequado, associado com o suporte de bons fisioterapeutas e preparadores físicos.
O fortalecimento muscular, exercícios de mobilidade e um trabalho de recoberta podem minimizar o risco de lesões.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.