quinta-feira, 26 de maio de 2011

Entrevista - Djorge Oliveira

Porto Alegre capital do Rio Grande do Sul é sinônimo de grandes skatistas, nomes como Cezar Gordo, Marcus Cida, Luan de Oliveira, Rafael Dias, Patrick Vidal, Carlos Iqui, Dwayne Fagundes entre muitos outros são alguns dos bons exemplos que podem ser citados. Uma boa explicação para o surgimento de tantos talentos tem nome simples, formado por quatro letras, a pista do IAPI, uma das primeiras skate Plaza do mundo vem a uma década contribuindo com a formação de grandes nomes do skate brasileiro. O entrevistado do mês no Skate Saúde é mais uma cria do IAPI, com manobras técnicas e muito estilo vem chamando a atenção no concorrido cenário amador brasileiro, confira agora um pouco sobre Djorge Oliveira nosso entrevistado do mês.


Nome: Djorge Miguelli Oliveira Machado
Idade: 20 anos
Local: Porto Alegre RS
Tempo de skate: 6 anos
Patrocínio: Qix, Liga trucks, Cisco e Dizen Sport

SS- Porto Alegre é uma cidade de onde saíram grandes skatistas como Cesar Gordo, Cida, Dwayne, Luan entre muitos outros, como você enxerga o skate na sua cidade e o porquê de saírem tantos bons skatistas daí?
Porto Alegre hoje em dia é um dos maiores polos do skate do Brasil, e sairam tantos skatistas daqui, porque tem muitos picos na rua e tem o IAPI pra andar e se divertir muito.

SS- A pista do IAPI é um marco na história do skate brasileiro, como é morar próximo de uma Skate Plaza com esta estrutura e como essa pista ajudou você a desenvolver seu estilo?
É muito bom morar aqui perto do IAPI porque colo todos os dia pra andar e me diverti com meus amigos. O IAPI me ajudou muito com meu estilo porque tem de tudo para andar e por isso me ajudou muito com meu estilo de andar.

SS- Por falar em IAPI, seu vídeo do Converse My Square foi feito lá, como foi participar de um evento como este e como foi à repercussão do seu vídeo?
Olha foi muito bom ter participado do Converse My Square porque consegui fazer um vídeo da hora e foi bom para aparecer na mídia do skate. Eu colei todos os dias bem cedo pra poder fazer o vídeo.



SS- Fora o IAPI quais os outros picos você costuma andar com freqüência ai em POA?
Fora o IAPI eu colo no viaduto da Nilo Peçanha,o viaduto do Brooklin e no Santa Monica.

SS- Você é um skatista que produz muitas imagens na rua, mas que constantemente participa de campeonatos, o que você acha dos formatos de campeonatos que acontecem aqui no Brasil?
Os campeonatos que estão rolando no Brasil hoje em dia, eu acho que estão da hora porque então rolando mais jam sessions, é um formato de campeonato que gosto de participar. (risos)

SS- A época de amador é uma fase onde o skatista se desdobra para mostrar trabalho, com isso acaba viajando muito e conhecendo muitos lugares, qual a sua viagem mais marcante e qual o melhor pico que você já andou?
É isso mesmo nessa fase de amador o quanto mais se viajar é melhor. E no meio de tantas viagens uma das que eu curti bastante foi a que foi eu e o Dwayne para São Paulo participar do DC King OF Sampa. E o melhor pico que já andei e ainda ando para mim é o IAPI. (risos)



SS- Você é atleta flow da Cisco Skate, já teve a oportunidade de andar na Skate Plaza da Cisco e o que você achou?
É já sou faz um tempo. Já tive a oportunidade sim, fiquei uma semana e foi uma semana bem produtiva pra mim lá. Sem comentários para a Plaza, muito perfeita bom de mais andar lá. Meus parabéns a Cisco pelo trabalho bem feito.

Switch FS Tailslide Foto-Manoel Martins

SS- Cite para nós alguns dos novos skatistas de POA que ainda vão dar muito trabalho e que com certeza ainda vão se destacar no cenário nacional?
Na minha opinião, Bruno Melão um moleque que anda a apenas 7 meses de skate e vem se destacando a cada dia que cola na pista, Alexandre Vaz, Marcos Alex “Lequinho” e muitos mais.

SS- A grande maioria dos skatistas brasileiros tem vontade de conhecer os EUA e a Europa, se você tivesse que escolher um dos dois para conhecer, qual seria e por quê?
É verdade esse é o sonho de qualquer skatista brasileiro inclusive o meu. Primeiramente gostaria de ir para a Europa, uma por causa dos picos perfeitos e porque tem muito brasileiro lá, ai é mais fácil de conseguir se manter lá.



SS- Você faz parte da Liga Trucks uma marca nova de eixos brasileira e que vem mostrando um grande trabalho, como foi sua entrada para o time e como é fazer as sessões com grandes nomes do skate brasileiro como Russo, Dandy, Gui da Luz, Gui Zolin e Crazy?
A Liga já tem um tempo que o Russo tinha esse plano e antes mesmo de lançar no mercado do skate eu já andava com eles direto e por isso que eu entrei na família Liga. As sessões com eles são muito style porque nos divertimos andamos muito em vários picos e rola uma vibe muito boa.

SS- O que falta para melhorar ainda mais o skate no Brasil?
Para melhorar o skate no Brasil falta ter mais marcas de skatistas,e as marcas ouvirem mais a opinião dos atletas.

SS- Quais foram suas influencias no começo e como é hoje em dia você ser influencia de vários garotos com o seu estilo de skate?
No começo da minha jornada no skate minhas influencias foram,Cezar Gordo,Guilherme Zolim, Marcos Cida, Rafael Russo e muitos outros que se eu começar a citar não vou parar (risos).
Ser uma influencia para a gurizada que esta começando é da hora, porque é sempre bom saber que você é influencia para as outras pessoas pelo seu jeito de ser e seu style é isso que eu acho.

Amadores Liga Trucks from Liga Trucks on Vimeo.


SS- Quais são os planos para o futuro dentro e fora do skate?
Meus planos no skate são continuar andando bastante onde eu estiver e viajar muito ainda. E fora do skate é conseguir tudo o que eu quero com meu esforço!

SS- O que você espera da nova Skate Plaza que esta sendo construída em Porto Alegre?
Espero que seja da hora e que saiam muitos skatistas bons dela.

SS- Para encerrar, qual a principal lição que você aprendeu andando de skate?
A principal coisa que aprendi no skate é dar muito valor as amizades e nunca desistir.



Agradecimentos: agradeço a minha família que me da todo apoio pra seguir em frente, a família Liga, Dizen Sport, Cisco, Qix, a todos meu amigos que estão sempre do meu lado em tudo que faço e a vocês por estarem me dando essa oportunidade só valeu...abraço e paz!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Distensão Cervical no skate

Este ano alguns acidentes no skate tem causado grandes preocupações em todos os skatistas, os dois casos de maior perigo foram quedas finalizadas com a batida da cabeça ao solo, ocasionando um TCE (trauma crânio encefálico) onde graças a Deus não tivemos maiores problemas e ambos os skatistas se recuperam bem. O fato destes dois acidentes abriu uma boa discussão sobre o uso ou não do capacete nas sessões de skate, que resultaram em opiniões diversas que devem ser respeitadas.

Esta semana tive contato com um skatista iniciante que ao tentar dropar de uma transição em uma pista de skate na grande São Paulo, sofreu uma queda e bateu a cabeça no chão. Devido à orientação dos pais o mesmo estava de capacete e não sofreu nenhum TCE, mas por outro lado acabou sofrendo uma distensão cervical.
A distensão cervical consiste em um estiramento simples ou ruptura completa que ocorre em tecidos moles de sustentação da coluna cervical como os tendões, ligamentos e músculos. A distensão pode ainda envolver discos intervertebrais, os chamados amortecedores, a cartilagem e até mesmo fratura da vértebra. Basicamente o mecanismo pode ser de hiperflexão ou hiperextensão da coluna cervical. Os movimentos de aceleração e desaceleração em alta velocidade provocam o impacto direto na cabeça e podem levar além das lesões, a fratura na coluna cervical.

Para entendermos melhor a biomecânica do movimento que aconteceu o mecanismo da distensão cervical é o “chicote” que a pessoa recebe quando está sentada dentro do automóvel e recebe uma batida por trás e o tronco é subitamente jogado para frente e a inércia da cabeça hiperestende agudamente o pescoço que então recua para frente provocando as lesões, este foi exatamente o movimento que o skatista sofreu ao bater com a cabeça no solo, e o fato de estar usando o capacete minimizou os efeitos da queda e evitou o TCE o que é de suma importancia.

O quadro clínico varia de um leve torcicolo provocado pelo espasmo muscular ou até uma instabilidade grave por ruptura completa dos ligamentos e comprometimento da raiz nervosa levando a dormência, formigamento e até perda da força em membro superiores. Nestes casos, a dor pode ser irradiada na base da nuca, na área torácica confundindo com problemas cardio-pulmonares. O tratamento varia da simples imobilização e uso de analgésicos até o repouso em tração com medicação venosa para dor e relaxamento muscular.
No caso em que tive contato o skatista sofreu apenas um espasmo muscular, que com poucas sessões de eletroterapia e muito alongamento, voltou ao normal e agora ele já esta pronto para andar novamente.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sinergia

O número de skate vídeos no Brasil vem crescendo absurdamente nos últimos anos, o que é muito bom para o mercado e principalmente para nós skatistas que podemos ver na tela a evolução do skate.

Um dos vídeos mais aguardados dos últimos tempos é o Sinergia, vídeo encabeçado pelo vídeo maker Bruno Inhudes de Guarulhos na grande São Paulo. O nome é um grande diferencial do vídeo já que Sinergia é todo tipo de trabalho que é realizado em conjunto ou não, mas que tem como meta o mesmo objetivo, e desta forma o resultado será sempre melhor ou maior do que se cada um atuasse individualmente.

O nome do vídeo foi escolhido em função da ligação deste significado com o mundo do skate, afinal, o que mais presenciamos no skate é o apoio de todos a favor de todos. Skatistas, fotógrafos, vídeo makers, ou até mesmo meros simpatizantes, muitas vezes acabam sendo fundamentais para a execução de certas ações no skate.

Segundo Inhudes “Em algumas sessões filmando para o vídeo, presenciamos esse tipo de apoio que foi fundamental na conclusão de algumas manobras, vimos de perto pessoas que apenas estavam de passagem em algum local em que estávamos, e essas pessoas acabavam parando apenas para olhar, e quando se davam conta já faziam parte da historia tanto quanto nós, e em algumas destas ocasiões foram mais do que fundamentais para que pudéssemos escolher com confiança o nome do projeto.”

“Vamos tentar ao máximo mostrar esse tipo de ação e reação no vídeo, mostrar também que não só no skate, mas também em qualquer outro meio social e até mesmo na vida animal, todos sem ao menos imaginar estão geralmente na busca de um mesmo ideal. Formigas são um grande exemplo disto, nascem e trabalham sempre em prol de seu lar, sem dormir, sem descansar, vivem no máximo três semanas, mas são três semanas em que dão tudo de si, para um mesmo fim”falou Inhudes mostrando que a motivação e o empenho de todos em prol do vídeo é o primeiro passo para que tudo de certo.

O vídeo contará com as partes de José Martinz de Birigui – SP, Mario Jorge Hermani de Guarulhos – SP, e Daniel Mordzin de Curitiba – PR, nomes de peso do skate brasileiro que vem mostrando muito skate no pé.
“No inicio, logo que vi que poderia fazer um vídeo de skate, a primeira pessoa com quem falei, foi o skatista Mario Romário, pelo fato de algum tempo antes ele já ter mencionado a idéia de fazer um vídeo, a partir daí, ele deu idéias fundamentais não só na escolha do nome do vídeo, como também em vários outros aspectos que o vídeo terá, alem de cuidar da arte gráfica do vídeo. O atleta escolhido em seguida por mim e pelo Mario Romário foi José Martins, que foi escolhido pelo fato de ser um grande skatista, que sempre consegue de alguma forma se diferenciar e colocar a sua identidade, o seu estilo de andar skate. Em seguida optei por Daniel Mordzin, que havia acabo de realizar um bom trabalho comigo em um projeto da Cisco Skate, seu estilo expressivo e seu alto nível técnico de manobras em qualquer tipo obstáculo foram fundamentais na hora da escolha” finalizou Inhudes.

A idéia é que o projeto seja concluído ainda em 2011, caso tudo corra conforme planejado o vídeo será lançado no final do ano. Fique agora com o vídeo teaser e veja porque esta é uma das produções mais aguardadas do ano.

Para saber mais informações e sobre o vídeo, fique ligado no site do Sinergia que esta sendo finalizado, com todas as novidades do vídeo e também fique ligado nas redes sociais do Skate Saúde, pois em breve estaremos colocando o link do site e todas as informações do vídeo.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fratura da patela no skate

Esses últimos anos trabalhando com skatistas me proporcionaram experiências significativas em relação à quantidade e a variedade de lesões, e o fato de andar de skate só me ajuda a compreender melhor os mecanismos de trauma e a biomecânica do movimento para a realização das manobras. Nestas ultimas semanas tive a oportunidade de reabilitar um skatista com uma lesão não muito comum, a fratura da patela, que ocorreu após uma queda de própria altura ao realizar uma manobra de solo.

A patela ou "rótula" é um pequeno osso com 5 cm de diâmetro de formato triangular, que se articula com o fémur, cobrindo e protegendo a parte anterior da articulação do joelho e atuando como um eixo para aumentar a alavanca do quadríceps, cujo tendão está fixado no bordo superior da patela (ou base). É um osso curto, do tipo sesamóide e apresenta uma camada de substância compacta revestindo a substância esponjosa.
A patela proporciona uma vantagem mecânica ao aparelho extensor por dois mecanismos, a ligação onde a patela une quadríceps e o tendão patelar que vai se inserir na tíbia, permitindo a geração da força necessária para a extensão do joelho, e do quadríceps para a tíbia com desvio, pois a patela desvia essa ligação tendão quadríceps-tendão patelar para longe do eixo de rotação do joelho. Podemos fazer uma relação análoga à de uma polia, o que aumenta a força extensora do joelho.

Para diagnosticar as fraturas de patela são necessários exames físicos completos com avaliação da pele, observando se há escoriações, contusões, lesão articular aberta, fratura aberta, sempre buscando a história da lesão que usualmente é uma queda ou uma pancada direta na patela e também o auxílio de exames de imagem, normalmente o raio-x para a confirmação da fratura.
As fraturas de patela são por trauma direto (golpe direto na patela) ou trauma indireto (uma contração violenta do músculo quadríceps). Elas são divididas em fraturas com desvio e fraturas sem desvio.
As fraturas sem desvio são subdividas em Estrelada (ocasionadas por golpe direto, normalmente não afetam o retináculo patelar, permitindo a extensão ativa do joelho. O desvio entre os fragmentos é menor que 3 mm e entre as superfícies articulares é menor que 2 mm), Transversa (ocasionada pelo esforço de tração aplicada ao mecanismo extensor, não afeta o retináculo patelar e danifica muito pouco as superfícies articulares femural e patelar. O desvio entre os fragmentos é menor que 3mm e entre as superfícies articulares é menor que 2 mm) e Vertical (pode ocorrer por trauma direto e indireto. Nesta fratura observamos um retináculo patelar intacto e uma diástase menor que 3 mm. Este tipo de fratura é despercebida em certas radiografias).
Já as fraturas com desvio são divididas em cominutivas e não cominutivas. As não cominutivas se subdividem em Transversa (a fratura apresenta um retináculo patelar rompido, o que ocasiona a perda da extensão ativa do joelho. O desvio entre os fragmentos é maior que 3 mm, podendo chegar a 4 ou 5 mm e entre as superfícies articulares é maior que 2 mm), Polares proximais ou do pólo basal (fratura surge por avulsão do mecanismo quadríceps-patela. Há ruptura retinacular) e Polares distais ou apicais (fratura surge por avulsões ósseas do tendão patelar proximal). As cominutivas podem ser do tipo Estreladas (fratura é ocasionada por golpe direto e apresenta desvios com graus variados e um retináculo patelar intacto),Transversas/Polares (fratura exibe graus variados de cominuição. A cominuição do fragmento superior apresenta fraturas adicionais minimamente desviadas. A cominuição do fragmento inferior é mais grave podendo estar associada a cominuição do pólo superior) e Altamente cominutivas/Altamente desviadas (fraturas transversas com cominuição maciça secundariamente a fratura de compressão ou estrelada com diástase maciça secundária a contração violenta do quadríceps. Há a separação por mais de 6 mm entre os fragmentos principais. Normalmente são lesões abertas).
O tratamento das fraturas de patela é baseado no tipo de lesão e visa reconstruir o mecanismo extensor e a superfície articular patelar. Ele pode ser não operatório (indicado para as fraturas patelares fechadas, não desviadas transversas, estreladas e verticais. Esse tratamento é feito por imobilização com gesso por um período de 4 a 6 semanas. Além de trabalho isométrico do quadríceps e elevações da perna estendida. Após esse período é retirado o gesso e iniciam-se exercícios de flexão ativa progressiva e fortalecimento do quadríceps) e o tratamento operatório (indicado para todas as fratura com desvio e fraturas abertas).

O trabalho de reabilitação para a volta ao skate consiste em exercícios isométricos do quadríceps e colocação de órtese removível para permitir a deambulação com sustentação do peso e a perna estendida, conforme tolerância do paciente. As dobradiças da órtese podem ser afrouxadas para permitir exercícios ativos de amplitude de movimento.
A partir da primeira ou segunda semana após a operação são feitos exercícios ativos de extensão e elevação da perna estendida, visando o fortalecimento do quadríceps. Após três meses, com a fratura consolidada e o quadríceps fortalecido é retirada a órtese.
De quatro a seis meses o skate pode ser retomado com um trabalho de iniciação envolvendo o fortalecimento de membros inferiores com remadas e pequenos ollies até a volta normal ao skate com manobras de grau de dificuldade maior.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.