quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Entrevista - J.P. Dantas

Carisma e manobras de impacto foram seus cartões de visita na concorrida cena amadora do skate brasileiro. Consegue vencer campeonatos com a mesma leveza que anda nas sessões pesadas pelas principais cidades do mundo. Vontade, manobras e bons momentos é o que carrega na mala durante suas constantes viagens atrás de novos picos. Para começar 2013 com tudo entrevistamos J.P. Dantas a.k.a “Anjinho” que acaba de se tornar skatista profissional e conta um pouco de sua trajetória para nós, agora no Skate Saúde.
Nome: João Pedro Dantas de Oliveira
Idade: 22 anos
Tempo de skate: 13 anos
Local: São Paulo
Patrocínio: DC, Crystalgrip e Son Skateboards

SS- Salve João, para começarmos gostaria de saber como foi seu início no skate, onde costumava andar e quem eram os parceiros de sessão?
Andava no começo numa praça que tinha perto de casa, descia a rua dando uns slides com uma galera que andava ali. Depois descobri uma pista perto de casa a On Board que rolaram mais umas amizades, e dava sempre uns roles nas escolinhas de Pirituba onde sempre tinham uns obstáculos.
Em uma dessas que conheci o Bocão que é meu parceiro ate hoje, da galera desta época muitos pararam no meio do caminho.

SS- E o apelido Anjinho surgiu nesta época?
Surgiu no primeiro campeonato dessa pista On Board que inclusive foi o meu primeiro campeonato, na época uma galera me chamava de “febre”, mas por causa do cabelo comprido a galera me chamava de “filho do anjinho “ (skatista profissional da época), quando chegou a minha hora de correr o locutor falava “febre”mas a galera que me conhecia do role da pista gritou mais alto “vai anjinho “ ai pegou (risos).

SS- Você levou a coroa de Rei de SP para casa, como é vencer um evento desta importância e o que isto representou para a sua carreira?
Foi uma parada que rolou natural, na época desses eventos (King Of São Paulo) foi uma época que eu nem estava correndo tanto campeonato, mas pintou o convite para colar.
Fiz meu role e deu certo, fiquei felizão e deu para morder uma graninha ainda, sempre é bom né. (risos)

SS- Desde cedo você sempre viajou muito para andar, como foram suas primeiras trips para fora do Brasil e o que você achou dos picos europeus?
Foi para a Europa a primeira para fora, foi muito louco. Conheci a Espanha e a Suíça ( Barcelona e Genebra ) fiquei um mês em cada pico.
Skate todo dia, colei no verão e como todo mundo sabe da para aproveitar muito a luz do dia e render bastante coisa, espero voltar esse ano para lá de novo.

SS- Falando de viagens você passou uma boa temporada nos EUA como foi esta experiência?
Muito style também dar um role com a “Braza Nation “ é muito style mesmo. Andar nos picos que você vê nos vídeos, ver qual a realidade da coisa e encontrar os caras que você cresceu vendo,é uma vibe muito doida. A galera respira skate por lá, é massa.

SS- E a vitória no Manny Mania como foi levar este champ cabreiro?
Foi algo que rolou, colei dei meu role me senti confortável com a pista, o chão perfeito e os obstáculos muito loucos. Deu certo, vamos nós, vai Brasil! (risos)

SS- Recentemente ocorreram vários fatos de agressões por parte de policiais a skatistas, sendo o ultimo caso e de maior repercussão o da Praça Roosevelt, qual sua opinião sobre este fatos lamentáveis que vem acontecendo?
O skate esta ai e não da para fechar o olho, e na praça principalmente aparece gente de todo o tipo e classe social. Não da para ter a mesma mentalidade dos anos 80 /90 de que o skate é algo de rebeldes.
Porque se não isso acaba sendo a repressão do que hoje já é um esporte, evidente que vai causar impacto e polemica sempre. Afinal são muitos praticantes e o povo não vai aceitar a repressão, é como uma droga esta na hora de legalizar para não causar mais problemas.

SS- Quais sons você costuma escutar durante a sessão?
Escuto muito rap e muito som de fora, 2 Pac, Hell Rell a galera do Dipset em geral, Shawlin, Kamau, Jay-Z , French Montana ,Ogi , Rick Ross, Big Krit e muito Prodigy of Mobb Deep. Depende da época e do som, se for som bom esta no ouvido!

SS- No Brasil quais os melhores picos que você já andou e se não morasse em SP que outra cidade gostaria de morar?
Tenho que falar do Vale do Anhangabaú e da Praça Roosevelt, são muito bons para andar, sem dispensar um solinho no Teatro Municipal.
Amo muito minha cidade, mas se fosse para morar em outro pico acho que diria Brasília pela quantidade de picos diferentes.

SS- Quem foram suas principais influencias no skate e qual parte de vídeo é a que você mais gosta de assistir?
Bem quando comecei a aprender as tricks já tive o que para mim foram otimas influencias , como o JB Gillet (melhor fs flip eva!) e o Rodrigo TX que eram as parte de vídeo incansáveis no meu vídeo cassete Paul Rodrigues apareceu logo depois e me chamou muito a atenção, isso variava muito quando saia algum vídeo.
Arto Saari, Josh Kalis e PJ Ladd tambem estavão na lista, mas as fieis influencias são essas TX e JB Gillet.

SS- E a profissionalização, o que muda na sua carreira a partir de agora?
Acho que o que muda é só um pouco mais de foco e profissionalismo, mas em termos de trampo /skate é a mesma correria com um pouco mais de seriedade e compromisso afinal é “ profissional “ a coisa agora. (risos)

SS- Na sua opinião o que ainda falta mudar no mercado brasileiro de skate para termos um skate ainda mais forte no Brasil?
Visão de marketing e investimento, perder o medo de arriscar.
SS- O que mais te marcou durante a sua caminhada como skatista amador?
Todas as amizades que eu fiz participando dos eventos, desde pequeno, mirim, iniciante e alguns deles estão ai ate hoje. Obrigado família!

SS- A vida é feita de lições e aprendizados, qual a principal lição que o skate te ensinou?
Se você quer, você pode, você faz, você consegue.

SS- Quais seus planos para o futuro?
Trampar bastante nesse primeiro ano como profissional para firmar a parada, viajar o máximo que puder para divulgar o trampo e cuidar bem do corpo para que eu possa tirar bons frutos do skate que é algo que já faz parte de mim e que eu não quero me ver fora.
Agradecimentos: é muita gente para lembrar, mas agradeço toda a banca que sempre esta junto e sabem quem são, meus patrocinadores e minha família. Obrigado a todos por existirem e pelo suporte.

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