quinta-feira, 9 de julho de 2015

Fibrose em skatistas

No skate o número de lesões musculares também é alto apesar da maior incidência de outros tipos de lesões. Quem já teve uma sabe que é um processo doloroso e muitas vezes incapacitante, dependendo da severidade do trauma. Geralmente, uma lesão muscular requer um período de cerca de três semanas para uma cicatrização, podendo eventualmente exigir um período mais longo quando o quadro é mais grave.
Este processo se caracteriza pela formação de um tecido com características diferentes do tecido muscular propriamente dito. Este tecido cicatricial é predominantemente de tecido conjuntivo e além de não ser tecido contráctil como o tecido muscular, apresenta uma menor flexibilidade.
Esta cicatrização da lesão no músculo pode se transformar no que chamamos de fibrose cicatricial. Quando esta fibrose aparece no músculo, o mesmo se torna mais vulnerável a uma nova lesão. A maior vulnerabilidade decorre principalmente da perda de flexibilidade.
Nestes casos as células não conseguem se regenerar. Na maioria dos casos a lesão é leve e considerada de grau I , não apresenta sintomas graves e através de tratamento adequado o músculo consegue cicatrizar facilmente.
Nos casos mais graves que são o de grau II e III, as lesões se apresentam mais espessada, com fibras desorganizadas e com menos elasticidade. Usando um exemplo simples é como se imaginássemos um elástico no qual seja grudada uma gota de cola. A consequência lógica é que este elástico perderia flexibilidade. A gota de cola representaria a fibrose, e fica fácil de entender que a chance do elástico romper quando estirado é muito maior com a gota de cola grudada.
Isto muitas vezes explica a reincidência de lesões no mesmo músculo, e o que na verdade ocorre não é uma nova ruptura no mesmo ponto, e sim no ponto adjacente à fibrose, por comprometimento da flexibilidade.
O diagnóstico da existência de fibrose é feito principalmente com o ultrassom do músculo e sua identificação é fundamental para o tratamento. O mais importante, entretanto, é que se evite a formação de fibroses. Este é o nosso papel, evitar a formação de fibrose respeitando o tempo de cicatrização do tecido e utilizando técnicas de eletro e termoterapia, cinésioterapia e alongamentos ativos e passivos, garantido a flexibilidade e deixando o músculo pronto para a próxima etapa do tratamento que é o fortalecimento muscular, dando segurança ao skatista no seu retorno às sessões.
Quando ocorre uma lesão muscular, o tratamento fisioterápico adequado é fundamental para que a lesão não forme uma fibrose cicatricial e comprometa tanto a força quanto a flexibilidade do músculo. Lesão muscular precisa de fisioterapia e não somente do “desuso” do músculo, como muitos skatistas acabam fazendo por conta própria, ficando alguns dias sem andar acreditando que isso é o suficiente para curar e evitar novas lesões.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

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