quinta-feira, 19 de maio de 2011

Distensão Cervical no skate

Este ano alguns acidentes no skate tem causado grandes preocupações em todos os skatistas, os dois casos de maior perigo foram quedas finalizadas com a batida da cabeça ao solo, ocasionando um TCE (trauma crânio encefálico) onde graças a Deus não tivemos maiores problemas e ambos os skatistas se recuperam bem. O fato destes dois acidentes abriu uma boa discussão sobre o uso ou não do capacete nas sessões de skate, que resultaram em opiniões diversas que devem ser respeitadas.

Esta semana tive contato com um skatista iniciante que ao tentar dropar de uma transição em uma pista de skate na grande São Paulo, sofreu uma queda e bateu a cabeça no chão. Devido à orientação dos pais o mesmo estava de capacete e não sofreu nenhum TCE, mas por outro lado acabou sofrendo uma distensão cervical.
A distensão cervical consiste em um estiramento simples ou ruptura completa que ocorre em tecidos moles de sustentação da coluna cervical como os tendões, ligamentos e músculos. A distensão pode ainda envolver discos intervertebrais, os chamados amortecedores, a cartilagem e até mesmo fratura da vértebra. Basicamente o mecanismo pode ser de hiperflexão ou hiperextensão da coluna cervical. Os movimentos de aceleração e desaceleração em alta velocidade provocam o impacto direto na cabeça e podem levar além das lesões, a fratura na coluna cervical.

Para entendermos melhor a biomecânica do movimento que aconteceu o mecanismo da distensão cervical é o “chicote” que a pessoa recebe quando está sentada dentro do automóvel e recebe uma batida por trás e o tronco é subitamente jogado para frente e a inércia da cabeça hiperestende agudamente o pescoço que então recua para frente provocando as lesões, este foi exatamente o movimento que o skatista sofreu ao bater com a cabeça no solo, e o fato de estar usando o capacete minimizou os efeitos da queda e evitou o TCE o que é de suma importancia.

O quadro clínico varia de um leve torcicolo provocado pelo espasmo muscular ou até uma instabilidade grave por ruptura completa dos ligamentos e comprometimento da raiz nervosa levando a dormência, formigamento e até perda da força em membro superiores. Nestes casos, a dor pode ser irradiada na base da nuca, na área torácica confundindo com problemas cardio-pulmonares. O tratamento varia da simples imobilização e uso de analgésicos até o repouso em tração com medicação venosa para dor e relaxamento muscular.
No caso em que tive contato o skatista sofreu apenas um espasmo muscular, que com poucas sessões de eletroterapia e muito alongamento, voltou ao normal e agora ele já esta pronto para andar novamente.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

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