quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Com a palavra: Elvis Mourão

O skate é uma ferramenta que transforma a vida das pessoas, não somente pela paixão que o skate se torna através dos anos, mas também pela quantidade de informações que ele trás das mais variadas fontes como música, arte, moda, arquitetura, design entre outras coisas.
Recentemente um artista brasileiro gerou uma grande repercussão ao assinar uma coleção de óculos pela gigante Ray-Ban, mas o que poucos sabem é que esse artista busca inspiração no skate.
Cria da Brama, skatista técnico que leva agora o nome de Guarulhos no mundo das artes, design e decoração com a mesma paixão que manobra seu skate nas horas vagas, confira como foi nosso papo com amigo, skatista e artista Elvis Mourão agora no Skate Saúde.
Nome: Elvis Mourão
Idade: 30 anos
Tempo de Skate: 16 anos
SS- Salve Elvis, conte para nós como foi seu inicio no skate?
No meu aniversário de 14 anos eu pedi para minha mãe um skate de presente, porque eu sempre via uns caras descendo a rua de casa com o skate e sempre achava bem legal, ai ela juntou uma grana e meu deu o skate, desde então não parei mais.

SS- Você foi um amador de destaque em Guarulhos, sempre aparecendo em vídeos e com fotos bacanas, o que de melhor você guarda desta época?
O melhor foram as amizades, os roles as histórias. Lembro que na época todo mundo era mais unido, não existia vaidade, andávamos o dia todo e todos os dias de skate na Brama, lembro muito do Laurence um velho amigo, sempre elevando o nível e garantindo boas risadas, através dele e do Saúde que começamos a nos interessar pelos campeonatos, treinar mais e se preparar para as voltas de um minuto (risos)! Era foda!
SS- Você era local da quadra da Brama, como era o dia a dia na quadra e quem eram seus companheiros de sessão?
A Brama era o nosso refugio, sempre foi a minha segunda casa, lembro do dia a dia era pesado de ver a galera andando de skate, todos quase da mesma idade, eu o Laurence, Marquinhos, Mário, Bam Bam que sempre foi a nossa referência, Morto, Klébão, Chaveiro que hoje tá foda, GTO , Quadrado, Dentinho também.
Diversão na certa, não tinha como não colar na Brama todos os dias, ninguém faltava e o nível de skate subia todos os dias.

SS- Conte para nós como foi sua lesão e se este foi o principal motivo de você se afastar um pouco do “game”?
Minha lesão foi no tornozelo direito, tive uma Fratura Bimaleonar do tornozelo com Subseqüencia Fixação Cirúrgica com placas e parafuso, além de romper os ligamentos. Isso foi bem em uma época que não podia acontecer, eu estava treinando e determinado a seguir a minha vida andando de skate, tinha largado o emprego para me dedicar ainda mais ao skate.
Esse foi o principal motivo para eu ter me afastado um pouco do Game, mas nunca parei de andar, mesmo com dores eu não me afasto e ando sempre que posso. O skate faz parte da minha vida e da minha historia.
SS- E a arte, como ela entrou na sua vida e quando você percebeu que levava jeito para a coisa?
Eu sempre desenhei, desde pequeno sempre fui uma criança tímida, tinha vergonha de tudo então eu me afastava e sempre tinha comigo um lápis e um caderninho e nele eu desenhava por horas. Depois que sofri o acidente e quebrei o tornozelo, tive que ficar em casa o dia todo de repouso foi ai que me reencontrei e comecei a desenhar de novo, só que de uma forma diferente, uma forma mais expressiva, com sentimento e em forma de desabafo.

SS- Você assina seus trabalhos como Hope, de onde veio a ideia para este nome e o que você costuma passar para as pessoas através do seu trabalho?
Sim assino HOPE, a ideia apareceu na verdade da esperança, acredito na força que tem essa palavra, e HOPE para mim hoje tem vários significados, como por exemplo, garra, determinação, luta, força, a soma dessas palavras forma a palavra HOPE e o real sentido que ela traz para mim.
Procuro passar a minha verdade, o que eu sinto e estou sentindo, sempre falo que o meu trabalho hoje é bem pessoal, é diferente e sei que eu consigo tocas as pessoas, isso me faz bem, me faz feliz!
SS- Você acredita que de alguma forma o skate influenciou ou influencia seu trabalho?
O skate sempre esta presente em tudo o que eu faço hoje em dia na minha arte, o skate sempre me influenciou acho que se não fosse ele e as pessoas que eu conheci através dele eu não iria ter essa vida que tenho hoje para poder criar os meus trabalhos.

SS- Já há algum tempo você tem se destacado no meio design e da decoração, como é ver seu trabalho sendo reconhecido?
Vejo como a realização de um sonho, a caminhada foi pesada para isso acontecer passei por poucas e boas, depois do acidente eu foquei nos desenhos e nunca mais parei de desenhar e isso foi ganhando força, espaço, e alcance mundial. Ser reconhecido e ganhar mais respeito e amizades fazendo o que você mais gosta é fantástico, não tem preço que pague a alegria e satisfação que sinto hoje.

SS- Recentemente você assinou uma colaboração com a Ray-Ban, como surgiu esta oportunidade e como isso tem influenciado na sua carreira?
Esse convite surgiu pelas redes sociais, eu sempre publico meus trabalhos, gosto de dividir a minha arte com os meus amigos e com outras pessoas que gostam e apreciam o meu trabalho.
Eles fizeram o primeiro contato pelo Facebook, me convidaram para uma reunião para explicar o projeto, acertamos os detalhes da parceria e começamos. Através dessa parceria começou a surgir outros convites, como uma exposição que pretendo fazer no ano que vem, entre outras coisa bem legais que vem por ai.
 SS- Hoje, qual é a sua relação com o skate?
Ainda ando de skate, nunca vou parar, quando sobra um tempo corro para a Brama.
O skate para mim é um ponto de fuga é onde eu esqueço de tudo, ele me mantém na linha, na disciplina, ele faz expandir a mente me manter no equilíbrio.

SS- Quais os planos para o futuro?
Continuar andando de skate, e sempre evoluir para pode me expressar artisticamente melhor, sempre na humildade e disciplina.

Agradecimentos: Agradeço a todas as coisas que me inspiram, meus amigos e familiares!

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