quinta-feira, 26 de julho de 2012

Entrevista - Euli Vieira

Ex praticante de capoeira e dona de uma personalidade forte, Euli Vieira começou a andar de skate no ano de 2000, graças a Mônica Messias, que atualmente é sua amiga. Enquanto jogava capoeira ela viu Mônica Messias andando de skate e se interessou, foi amor a primeira vista pelo carrinho. Como não tinha dinheiro para comprar um skate ela resolver vender todas as suas maquiagens, que na época não lhe tinha utilidade nenhuma e comprar seu primeiro skate. Foi ai que começou a trajetória dessa streeteira. Sobrevivente do skate feminino nacional, Euli Vieira enfrentou todas as dificuldades e preconceito de mais de uma década e continua na ativa até os dias atuais, sempre buscando evolução, sua profissionalização e com vários planos para o seu futuro no skate. (Aline Fideles)
Nome: Euli Vieira
Idade: 26 anos
Tempo de skate: 11 anos
Local: Guaianases
Patrocínio: Core Store
SS- Para começarmos conte para nós como foi seu primeiro contato com o skate?
Meu primeiro contato com o skate foi através de uma amiga, a vi andando e me interessei.

SS- E sua família como reagiu quando você começou a andar?
No inicio não gostou, mas hoje em dia me apoia.

SS- Você deu aulas de skate por um tempo, conte para nós como foi esta experiência?
Conheci mais do skate, conheci pessoas, aprendi a lidar com as pessoas e as crianças, foi o meu primeiro trabalho, aprendi muito. (risos)
Sou muito grata ao Cris Fernandes e ao Marcio Tanabe que me deram a oportunidade.

SS- O skate por muitos anos foi alvo de preconceito, em especial o skate feminino, você acha que esta situação esta mudando ou ainda muita coisa precisa melhorar?
Melhorou porem ainda precisa melhorar muito. No skate feminino existem várias amadoras que andam bem e parecem não ser vistas pelas marcas, pois ninguém investe nestas meninas.
Muitas delas param de andar de skate porque precisam trabalhar, estudar e sem incentivo acabam desanimando.
SS- Como você enxerga o mercado de skate brasileiro atualmente ?
Sem generalizar, mas muitos ainda não tem uma uma visão ampla e não valorizam o atleta. Um atleta não vive só de peças, ele precisa de um suporte completo, isso inclui assistência médica, direitos trabalhistas, suporte físico e psicológico entre outras coisas.

SS- Qual a sua opinião sobre a profissionalização das skatistas no Brasil?
 O skatista profissional é referencia para todos aqueles que estão começando e muitos outros atletas. Ele precisa ser exemplo e ter suporte para dar esse exemplo, e também é um incentivo para os atletas, praticamente todos os skatistas buscam a sua profissionalização.

SS- Atualmente o mercado de vídeos é uma das maiores formas de evolução do skate, o que falta para as mulheres do skate brasileiro começar a ter suas partes nos vídeo?
Faltam principalmente convites (risos) porque skate as meninas tem. Talvez exista preconceito ainda em uma menina ter parte de vídeo só dos caras, em alguns casos até rola quando a mina faz parte de uma equipe ou ande todos os dias com as pessoas que estão filmando.
Um dos meus sonhos é esse, ter parte em um vídeo de skate.

SS- Uma das coisas mais legais que o skate proporciona são as viagens e as novas amizades, quais os principais lugares que você conheceu com seu skate?
Conheci vários lugares, alguns nem me lembro mais (risos). Conheci Rio de Janeiro, Curitiba, Chile, Argentina e muitas outras cidades do interior de São Paulo.
SS- Se hoje você fosse proprietária de uma marca, quem seria as skatistas que você contrataria para o time?
Karen Feitosa, Patiane Freitas, Mônica Messias, Jéssica Barreto, Thais Braga, Marta Linaldi entre outras, mas essas seriam de cara as primeiras, considero muito essas mulheres e elas tem muito skate no pé.
Dentre as que eu citei a maioria são grandes referencias para mim e hoje são minhas grandes amigas.

SS- Os campeonatos vem mudando de formato constantemente, qual o seu formato preferido de competição?
Adoro Jam Session.

SS- Na sua opinião o que falta para o skate feminino se estabilizar aqui no Brasil?
Precisamos nos impor, filmar mais, tirar foto, andar na rua com os caras, mudar essa visão que as pessoas tem do skate feminino e mostrar nossa capacidade. Estou disposta a mudar tudo isso.

SS- Quais são seus planos para o futuro?
Muitos, hoje tenho 26 anos mas ainda quero fazer muito no skate. Quero me profissionalizar, viajar muito, ter parte em vídeos de skate, fazer um vídeo só de skate feminino e futuramente ter a minha própria marca.
Agradecimentos: Em primeiro lugar agradeço a Deus pela minha vida e minha família, agradeço a todos os amigos que estão comigo nas fases ruins e boas, principalmente família Love porque esses estão comigo para o que der e vier. Anderson Lucas, Denis Silva, Marcelo Martins, Tata Santana, Karina Miguel, Patricia Gonçalves, Fabio Castilho, a família Love é grande mas eles sabem quem são e agradeço a eles por tudo. Agradeço a Core Store que em 11 anos de skate em pelo menos metade desses anos me ajudaram.
Obrigada Ana Claudia Forner, Ian Pires, George Cabuche. Agradeço a minha empresária Aline Fideles que tem me ajudado muito nos meus novos projetos.
Que Deus abençoe a vida de cada um de vocês!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Volte as aulas com skate, estilo e segurança

Fim das férias perto é hora de começar a se preocupar com a volta as aulas e a rotina de skate normal. Nada como recomeçar estas atividades com uma mochila que vai atender perfeitamente todas as exigências que tanto a escola como o skate vão te trazer e ainda preservar a saúde do seu corpo.
Estamos falando do ultimo lançamento da Ogio a mochila Privateer que conta com compartimento principal com grande capacidade de armazenagem e versatilidade, compartimento superior acolchoado para laptop compatível com a maioria dos laptop’s de 17”, compartimento secundário interno com painel organizador para pastas/documentos, celulares, fones de ouvido, carteira, calculadora, bateria de computador e canetas/lápis, bolso aveludado para câmera fotográfica, aparelhos MP3 e celulares, dois bolsos laterais expansíveis para squeeze/água, compartimento com fácil acesso para cartões de embarque, bolsos laterais verticais para componentes eletrônicos,alças ajustáveis em Sternum para o transporte com estofamento duplo para o conforto e ventilação, forro interior personalizado, especificações técnicas com ícones para identificação das suas respectivas características, alça superior de transporte em neoprene, ziperes e puxadores personalizados e logotipo personalizado de metal, tudo isso de forma ergonômica e segura para as suas costas.
A melhor forma de evitar dores nas costas e problemas posturais é a prevenção, utilizando a mochila de forma consciente, sempre dando preferência para as mochilas com duas alças para distribuir o peso de forma correta, as alças devem ser acolchoadas e ajustadas de forma que a mochila fique rente ao corpo, a largura da mochila não deve ser maior que o dorso, a mochila não deve ultrapassar a linha da cintura, o peso da mochila não deve ser maior que 10% do peso corporal do individuo e sempre que possível dar preferência para os modelos com cinto abdominal o que da mais firmeza a mochila. A mochila é de fundamental importância para o skatista, assim como um shape ou um tênis novo, portanto procure sempre utilizar material de qualidade e que traga benefícios para a sua saúde, isso vai otimizar seu rendimento no presente e lhe proporcionar maior longevidade sobre o skate. Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Laurence Reali Eterno

Na semana em que os skatistas do mundo todo lamentavam os 11 anos da morte de Keenan Milton, foi a vez do skate brasileiro acordar com a trágica notícia da morte de um dos seus mais notáveis representantes.


Aos 28 anos de idade Laurence Reali o “Toco” foi vítima de um acidente de moto perto de sua casa em Guarulhos na grande São Paulo. Dono de uma energia única, e uma alegria incomparavel Toco colecionava amigos e fãns por onde passava e carregava consigo a verdadeira essencia do skate.



Um cara humilde, carismático e prestativo que superou muitas dificuldades para chegar onde chegou, mostrando a todos que com determinação e vontade tudo é possível. Com certeza a quadra da Brama nunca mais sera a mesma sem suas manobras e principalmente sem suas palavras de incentivo e vibração a quem acabava de acertar uma nova manobra.
Como diz a música do Kamau “nosso mundo ainda gira, mas faltando uma peça” e onde quer que voce esteja, vai estar largando os braços e dando muita risada, com certeza o céu está mais pesado e divertido desde a sua chegada.



“Aprendi que devo conversar sempre com olho no olho. É onde você se mostra por inteiro. A pessoa se entrega pelos olhos” L.R



O skate perde um icone, eu perco um amigo e um cara que sempre me motivou a correr atrás dos meus sonhos.
Descanse em paz mano Laurence e muito obrigado por tudo !!!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Genovesi X ÖUS

O Natal de 1987 foi especial na vida de Andre Genovesi, ano este em que ganhou de sua avó um skate. Vindo de uma família de surfistas, mas morando em São Paulo, o skate foi a forma encontra por Andre para seguir a tradição familiar e sufar na “selva de pedras”.
Com a falta de informação existente na época o skate se limitava a pistas, e isso era algo que vinha na contramão do skate americano. Em 1992 Andre assistiu ao vídeo “Questionable” da Plan B e viu o que acontecia na cena americana do skate, a evolução das manobras e o skate de rua, e então começou a correr atrás de informação para atualizar seu skate.
A partir disso começou a desenvolver seu skate na rua e o Vale do Anhangabaú, Avenida Faria Lima e os picos de Itapecerica da Serra foram alvos de sua evolução no skate. Com a dificuldade de se encontrar bons materiais nesta época, convenceu seu pai que tinha uma marcenaria a começar a produzir shapes.
Surgia ai a Son marca de shapes que revolucionou o mercado brasileiro na década de 90 com uma filosofia completamente diferente das demais marcas nacionais, com uma equipe de peso voltada para um lado ainda não explorado do skate brasileiro.
Em 1998 Andre se profissionalizou e enquanto a grande maioria dos skatistas profissionais corria atrás de campeonatos para se destacar, Andre se focou na evolução do seu skate e na produção de fotos e vídeos dando início a uma nova fase do skate nacional.
Com o lançamento do “Open Your Mind” da Son, Andre apresentou uma parte de vídeo histórica que até hoje é lembrada e muito comentada por todos, com um skate técnico e impactante subiu o nível e influenciou toda uma geração de skatistas.
Junto com outros skatistas brasileiros foi para os EUA buscar sua evolução e conquistar espaço no concorrido mercado americano. Começou muito bem participando da edição especial do 411VM sobre o skate brasileiro, foi protagonista do ultimo “Wheels of Fortune” um dos quadros mais marcantes do vídeo-revista.

Este foi só o primeiro passo de uma brilhante carreira, conquistou bons patrocinadores e fez parte das principais marcas de skate do mundo, estampando entrevistas na principais mídias mundiais do skate e vídeos com muitas manobras para seus patrocinadores.
Conseguiu lançar seu model de shape pela Hosoi e posteriormente pela Turf onde emplacou mais uma parte de vídeo respeitável.

Como um dos grandes nomes do skate mundial andou no Berrics e mandou um “Bangin” pesado mostrando toda sua base no skate, com muito pop e técnica que fizeram do seu estilo de skate uma obra de arte. Obra de arte esta que ficou eternizada na pele de fã que tatuou uma foto de um nollie heelflip executado por Andre em uma de suas entrevistas.
Toda essa história no skate chega para somar a uma marca nacional que vem fazendo história. Andre Genovesi é o novo skatista profissional da ÖUS e para celebrar sua entrada na marca acaba de lançar uma collab com a marca. Batemos um papo rápido com Andre para sabermos como esta sendo esta sua nova fase no skate, confira como foi.
SS- Depois de muitos anos no mercado americano de skate, como é novamente ter vínculo com uma marca brasileira?
Para mim este vínculo é muito natural, eu estou junto com meus amigos e hoje não é somente por negócio. Acho que tudo que a gente faz temos que fazer com amor e para se sentir bem, e eu entrei em uma fase da minha vida onde somente ser patrocinado para ganhar dinheiro e ter que estar em situações em que não concordo não fazem mais sentido para mim.
Não me preocupo com o que os outros pensam, e para mim fazer parte da ÖUS tem muito mais sentido e amor do que fazer parte de uma marca somente para ser patrocinado.
A ÖUS tem uma historia e o Rafael cria tudo, a marca é criada por alguém que já me influenciou para andar de skate, a ÖUS é uma marca de skate, uma marca da rua, e é isso que eu sou. Com o Rafael posso falar de igual para igual.
Para mim a ÖUS não e somente uma marca brasileira e sim uma marca de respeito, conceito e muito valor, e isso é o que eu mais prezo.
O meu nome não esta vinculado somente com uma marca e sim uma historia que vem desde os anos 90.

SS- Como surgiu esta relação com a ÖUS?
Foi bem natural sempre estou com o Gian, conheço o Rafael desde 94, conheci o resto do time de skate e trabalho.
Sempre admirei muito a marca e sempre consegui me enxergar fazendo parte da ÖUS então as peças foram se encaixando e hoje faço parte desta família.

SS- Você acaba de lançar uma colaboração com marca, sua primeira em tênis, como foi o processo de criação e o que mais você gostou nele?
Eu lancei uma colaboração com o modelo Naval, e a inspiração foi o látex com camurça preta. Acho que essas cores combinam com tudo.
SS- O que os skatistas americanos acham dos tênis brasileiros da ÖUS já que você passa boa parte do tempo manobrando nos EUA?
Todo mundo acha bem louco, todo mundo pergunta e quer saber sobre a marca.

SS- Como é entrar para um time de peso e uma marca que vem construindo raízes sólidas no skate brasileiro?
Para mim a ÖUS é a melhor marca, eu estou aonde eu quero estar. Já tive patrocínio das principais marcas da elite do skate mundial e hoje tenho muito orgulho em representar a ÖUS, me sinto melhor com um ÖUS do que com qualquer outro tênis.
A ÖUS é onde meus amigos estão, o Gian é meu padrinho de casamento e meu melhor amigo, o Narsa eu conheço desde 1994, já Roni é um mano firmeza demais. O resto do time me recebeu de braços abertos, me apoiaram na entrada, não teve inveja, conversinha competição nada entende ?
Isso é a ÖUS, uma família, e a ultima vez que senti isso foi na SON, esse é o sentimento de entrar em um time de peso.