sexta-feira, 30 de abril de 2010

Entrevista - Mario Romario

Uma das coisas mais difíceis que existem é ser parcial diante de pessoas que conhecemos e que gostamos. O entrevistado deste mês do Skate Saúde é um grande amigo ao qual eu tenho muito respeito e admiração, não pelas suas conquistas como prêmios, entrevistas e partes de vídeo, mas sim pela forma como ele encara e vive o skate, preservando os picos de nossa cidade, correndo atrás dos seus ideais, indiferente a rótulos e estilos um skatista de verdade, este é Mario Romario.

Foto - Rodrigo Asck


Nome: Mario Jorge Hermani
Idade: 23 anos
Tempo de skate: 9 anos
Local: Guarulhos, SP
Patrocínio: Jail, SfourC skate shop

Acid Drop Foto- Chopa


SS- Conte-nos como foi seu início no skate, suas influencias e principais amigos de sessão nesta época?
Comecei com amigos da minha rua e a influência começou muito tempo depois do começo, na época eu só queria andar de skate pra não ter que jogar futebol.

SS- Qual a origem do apelido Romário?
De um cara que vivia falando “passa a bola Romário”.

SS- Você é um skatistas que mescla manobras de impacto com manobras técnicas de elevado grau de dificuldade, de onde vem este estilo e principalmente toda esta base de skate?
Eu sempre andei na Brama que é um tradicional pico de skate em Guarulhos, conhecido por seus freqüentadores em maioria skatistas técnicos como Marcos Morto, James Bambam, Laurence Reali, Marquinho, etc. Conforme passa o tempo a gente cai na real e faz o que gosta de fazer, eu ando de skate do jeito que eu gosto!

Stale Fish Foto - Chopa

SS- Sua ligação com a quadra da Brama aqui em Guarulhos é muito grande, não só pelo seu role lá, mas principalmente pelo carinho que você trata o pico, sempre construindo obstáculos e mantendo a quadra legal, como você encara isso e quem são os novos talentos que vem se destacando aqui na cidade?
A quadra está abandonada por mim no momento, os sucessores dela devem seguir o mesmo exemplo e não esperar que alguém faça por eles. Eu espero que isso aconteça. Para colocar nomes na mesa eu aposto em Rodrigo Francis “Jabá”, Gustavo Geraldo “Gú” e o Pato (que eu esqueci o nome).

SS- Você teve uma parte muito elogiada no vídeo “Made in Brasil” produzido pelo Diogo Gema, fale um pouco de como foi participar deste projeto?
Viver o skate na essência.

SS- E sua entrevista na revista 100% também foi outro fato marcante na sua carreira, como foi produzir esta entrevista e qual a principal diferença em fazer uma entrevista para revista e produzir uma parte de vídeo?
A diferença tá somente no tempo que você tem pra fazer um e outro. Na entrevista os deadlines são bem mais curtos o que me pressionou um pouco.


BS Overcroocked Foto- Chopa

SS- Poucos sabem, mas você que desenvolveu o logotipo do Skate Saúde, fale para nós sobre seu trabalho de Design e como você faz para conciliar estes serviços com o skate?
Skatista brasileiro tem que trabalhar, skate não dura pra sempre. Sigo um plano B como Designer gráfico e Designer de interiores. Não considero uma conciliação de skate com o trabalho, trabalho porque é um dever ando de skate porque fico com vontade de andar.

SS- Há algum tempo atrás você se lesionou e acabou passando uns dias em tratamento aqui na clínica, o que você achou do tratamento e qual a sua opinião sobre o projeto Skate Saúde?
Mais profissionais desse ramo deviam adotar a idéia e abrir mais clínicas pelo Brasil.

SS- Prova maior de todo o seu esforço e dedicação no skate, foi ganhar o premio de revelação do skate em 2009, na premiação criada pela 100%, como foi ganhar este titulo e o que mudou na sua carreira após isso?
Pessoalmente eu fiquei mais empolgado em continuar andando, profissionalmente em breve surgirão notícias.


Ollie Air Foto - Caetano Oliveira

SS- 2009 foi um ano especial para você, parte de vídeo, entrevista e premio de revelação do ano, o que você espera agora para 2010?
Espero mostrar mais do que fiz em 2009 e quero fazer mais partes em vídeos.

SS- Sua participação em campeonatos também é notável como no “A rua é nóis”, “King of São Paulo” alem de muitos outros eventos que você participou, qual o formato ideal de um campeonato de skate para você?
Não é o formato que me chama pra competir, é a vontade de andar de skate, andar com caras que te puxam na sessão. Eu nunca chego num campeonato pensando em ganhar, sempre penso na adrena que eu entro com os caras e isso é da hora, ando mais forte.

SS- A evolução no skate é continua, você consegue imaginar como vai ser o skate daqui 10 ou 20 anos?
O skate como mercado eu não consigo imaginar, já o meu skate provavelmente vai estar adoecendo.

SS- Quais os seus planos para o futuro?
Vou viajar.

SS- O skate é uma ferramenta valiosa de educação, cultura, entretenimento, lazer, trabalho e integração, o que o skate te trouxe de mais valioso e o que você gostaria que todos aprendessem com o skate?
Ganhei uma vida. Skate é obsessão, mas também é obstinação, quem segue isso alimenta o espírito.

Agradecimentos: Minha família, meus amigos e todos que colaboram com meu skate e comigo.

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