sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Trauma Cranioencefálico (TCE)

Todos nós skatistas buscamos sempre superar novos desafios e principalmente nossos medos. Afinal alem da base para manobrar é necessária certa dose de coragem para se jogar em um corrimão, pular um gap ou uma escada e até dropar de um Half quem dirá da Mega Rampa.
Um dos maiores medos entre todos os skatistas é o da lesão, principalmente se ela ocorrer na região da cabeça. Com certeza muitos já caíram ou já viram alguém cair e bater a cabeça no chão ou em algum local próximo durante uma sessão de skate, e estas quedas podem causar lesões tanto externas como internas no crânio.

A maior parte das lesões cranianas são de menor importância pois o crânio propicia uma considerável proteção ao cérebro contra lesões. A maioria das lesões na cabeça é considerada leve, mas podem ser um problema grave.
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro causada por uma força física externa, que pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, que resulta em comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico.
O Traumatismo Cranioencefálico constitui a principal causa de óbitos e seqüelas em pacientes multitraumatizados. Entre as principais causas estão: acidentes automobilísticos (50%), quedas (21%), assaltos e agressões (12%), esportes e recreação (10%). No Brasil, anualmente meio milhão de pessoas requerem hospitalização devido a traumatismos cranianos, destas, 75 a 100 mil pessoas morrem no decorrer de horas enquanto outras 70 a 90 mil desenvolvem perda irreversível de alguma função neurológica.



O TCE apresenta dois tipos de lesões, as primárias e as secundárias, sendo que as lesões primárias ocorrem segundo a biomecânica que determina o trauma, já as lesões secundárias ocorrem segundo alterações estruturais encefálicas decorrentes da lesão primária bem como de alterações sistêmicas decorrentes do traumatismo.
Podemos encontrar três tipos de TCE o traumatismo de crânio fechado, a fratura com afundamento do crânio e a fratura exposta do crânio. O quadro clínico é extenso e variável de acordo com o tipo de trauma e a classificação de risco se divide em baixo, moderado e alto.
O mais importante no caso de um TCE na sessão de skate é o socorro imediato e correto do paciente e a rápida avaliação médica, o indicado nestes casos é chamar o serviço de Resgate para fazer o transporte até o hospital mais próximo.
As informações sobre o acidente devem ser colhidas de observadores. Deve-se procurar saber sobre a causa do traumatismo, a intensidade do impacto, a presença de sintomas neurológicos, convulsões, diminuição de força, alteração da linguagem, e, sobretudo, deve-se documentar qualquer relato de perda de consciência, para a equipe médica iniciar o tratamento cabível para a situação.
O uso do capacete para todas os skatistas que andam em pistas pode ser uma maneira de minimizar os efeitos de traumas na cabeça, mas para os skatistas que andam na rua o uso do capacete é opcional valendo assim o bom senso e o cuidado de cada um.

Foto- Retta Skate
Este post é dedicado ao skatista Frederico Muniz de Freitas Schweizer, o “Chacrinha”, que recentemente ao tentar descer a escadaria da Esplanada da Vila Olímpica de Maringá no Paraná, acabou caindo e batendo a cabeça no chão, passando uma semana em coma vindo a falecer aos 23 anos de idade, uma grande fatalidade que pode acontecer com todos, praticantes de algum esporte ou não como vemos nas estatísticas já citadas no texto.
Que “Chacrinha” esteja em paz e Deus conforte seus familiares e amigos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma segunda feira muito especial

Na ultima segunda feira o Cine Olido, tradicional cinema da cidade de São Paulo localizado dentro da Galeria Olido no centro, foi palco da apresentação de dois novos vídeos de skate nacionais e de muita qualidade, o Nakalada “Lost Tapes” e o vídeo da Nata entitulado “Vamo Andá”.

Contando com a presença de um bom público a noite começou com a exibição do “Lost Tapes” produzido pelo skatista paulista de longa data Jorge Costa, que começou trilhar os caminhos das filmagens no final década de 90, registrando as sessions ao lado dos amigos André Genovesi e Gian Naccarato. Munido na época apenas de uma filmadora Sony Hi8 foi um dos skatistas que acabaram contribuindo com imagems para o video da Son Skateboards, “Open Your Mind”.
Por alguns anos o projeto do Nakalada ficou parado por falta de um equipamento de filmagem, mas em 2006 retomou as atividades e os primeiros skatistas filmados foram: Dhiego Corrêa, Luan de Oliveira e Samuel “Salva”.
O “Lost Tapes” foi concebido graças a uma espécie de compilação de vários videomakers, como: Anderson Tuca, Fernando Granja, Anderson Curumin, Léo Reali, Rodrigo Bocão, Jorge Costa, Gian Naccarato, Bruno Passos, Luis Milla, Alexandre Kawakami, Bruno Araújo e'' Invisible Man''.
O video trouxe imagens de skatistas do calibre de José Eduardo Anjinho, Luan Oliveira, Dhiego Corrêa, JP Dantas , Charles Reginaldo, Stanley Ignacio, Erasmos Sucrilhos e Hove, Fernando Java, Naipe Two, Bruno Aguero, Diego Chaveiro, Lucas Xaparral, Luis Apelão, Bruno Araújo, Ricardo Pires, Alexandre Zikkzira, David Toledo, Roberto Benevides, Alexandre Spock, André Genovesi, Gian Naccarato, Marcelo Formiguinha, Jailson Siqueira e Felipe Nery.
“Lost Tapes” é o primeiro filme nacional editado com animações de stop-motion, por Ricardo Farias e Fernando Teshainer, dois profissionais que deram uma imensa contribuição para as animações, a abertura ficou por conta do Invisible Man, que inovou com a idéia do tema” Lost Tapes” (ele que sugeriu esse subtitulo do filme , baseado na história que veio se desenrolando quando o material chegava na produtora) .
O vídeo mostrou uma grande fase do skate nacional com skatistas que continuam sendo referencia até hoje e o início de uma nova geração de skatistas brasileiros que já está dando muito que falar e que com certeza ainda vai fazer muito barulho.

Jorge ainda citou uma frase muito importante e que vale a pena fazermos uma reflexão sobre ela “Quem faz o mercado do skate existir é unicamente nós que andamos de skate, pois sem o skatista não existe mercado de skate, e não o contrario como o mercado quer impor para nós, que praticamos skate durante todos esses anos”.
Para fechar a noite em grande estilo teve inicio o “Vamo Andá” da Nata marca idealizada pelo skatista profissional Ricardo Porva que produziu, filmou, dirigiu e editou o vídeo que retrata a vivência dos skatistas Italo “Romano”, Arthur “Gigante”, Alber Leandro “Macumbinha”, Bruno “Kbelo” e Luiz Flávio “Loirin”, todos juntos em um único objetivo, vencer na vida andando de skate.

Foto - Retta Skate

O video contou também com diversas sessões de amigos, destacando a presença de vários skatistas de peso como Fabio Cristiano, Nilton Neves, Biano Bianchin, Ragueb, Fábio Pen, Rafael Russo, Heverton de Freitas, Rafael Pingo, Laurence Reali, Danilo Cerezini, Rodolfo Ramos e Wagner Ramos, César Gordo entre outros.
O vídeo que foi dedicado a filha de Ricardo Porva, a encantadora Iris (que distribui autógrafos e principalmente sorrisos durante a premier), mostrou um alto nível de skate, a parte de Italo “Romano” arrancou muitos aplausos e deixou todos os presentes com aquela vontade enorme de andar de skate, mostrando bem o porquê do titulo “Vamo Andá”.

Foto- Retta Skate
Uma ótima noite para todos os skatistas paulistanos que compareceram a premier e que mais vídeos de qualidade continuem a pipocar por todos os cantos do Brasil.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A volta ao skate

Todos nós skatistas sofremos muito quando temos que ficar um período afastado do skate. Indiferente do motivo que nos afastou como uma lesão, falta de peças ou alguma outra situação temos que tomar muito cuidado no retorno ao skate.
Estudos comprovam que atletas de auto-rendimento apresentam perda de suas condições físicas a partir de duas semanas de inatividade, situação não muito diferente para um skatistas.
O skate utiliza muitas variáveis físicas durante a sua pratica como força e resistência muscular, parte cardiorrespiratória anaeróbia e até aeróbia dependendo do tempo de sessão, flexibilidade, equilíbrio e propriocepção, sendo todas estas valências físicas treináveis.
Quando um skatistas retorna ao skate após um longo período sem andar, o ideal é que ele procure ganhar todas estas valências físicas novamente antes de querer executar manobras e fazer sessões muito longas como antes da pausa.

Neste momento que alguns skatistas acabam se precipitando e cometendo alguns excessos, a vontade de encarar novamente aquele obstáculo ou de executar aquela manobra complexa que estava no pé antes da pausa pode ser o princípio de uma nova lesão.
Muitas vezes temos a base da manobra e sabemos como executar, mas a falta de condicionamento físico nos impede de acertar e conseqüentemente de evoluir.
A idéia sempre é começar a executar manobras simples no solo, evitar que o corpo fique dolorido após as sessões, ter um bom período de repouso entre elas e gradativamente aumentar a complexidade de manobras e picos a serem explorados, melhorando assim seu condicionamento físico e readquirindo a base das manobras para evitar que uma lesão ocorra e que a evolução continue.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os diferentes graus de um entorse

Nos últimos meses tenho recebido alguns e-mails com perguntas sobre o tempo de recuperação após um entorse.
Basicamente eu acabo tendo que responder com outra pergunta, “qual o grau de entorse você teve?”, pois somente com essa informação podemos ter uma idéia vaga de qual o período de recuperação, afinal cada individuo se recupera de uma forma, então é muito difícil precisarmos uma data certa.
O entorse se divide em três graus diferentes, mostrando assim o tipo e gravidade da lesão. No entorse de 1° grau apresenta-se algum estiramento ou talvez ruptura das fibras ligamentares, com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Apresenta dor branda, pouco edema e rigidez articular.
No entorse de 2° grau já existe certa ruptura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da articulação. A dor vai de moderada a aguda, edema e rigidez articular devem ser esperados.


Já no entorse de 3° grau existe ruptura total do ligamento, manifestada primariamente por grande instabilidade articular. Pode haver dor aguda no início, seguida por pouca ou nenhuma dor, devido à ruptura total das fibras nervosas. O edema pode ser volumoso e, desse modo, a articulação tende a tornar-se muito rígida algumas horas após a lesão. Um entorse de terceiro grau com instabilidade acentuada geralmente requer alguma forma de imobilização durante várias semanas. A força que produz a lesão ligamentar costuma ser tão grande que outras estruturas ligamentares ao redor da articulação também podem ser lesadas. Em casos nos quais ocorre lesão em múltiplas estruturas articulares o reparo cirúrgico ou a reconstrução podem ser necessários para corrigir a instabilidade.
Com base nestas informações já da para se ter uma idéia do tempo de recuperação e do número de sessões de fisioterapia que o skatista terá que fazer, lembrando sempre que no caso de ocorrer um entorse durante uma sessão de skate, procure um médico imediatamente, para uma melhor avaliação, imobilização e medicação quando necessário.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.