sexta-feira, 26 de março de 2010

Entrevista - Alessandro McGregor

O skate é uma atividade que engloba muitas outras atividades, como música, moda, arte entre tantas outras. Estar envolvido em todas elas é algo muito difícil, e estar envolvido em tudo isso demonstrando qualidade em tudo é praticamente impossível. Um dos poucos que se arriscam nesta árdua tarefa é o entrevistado do mês no Skate Saúde.
Skatista profissional, curador de exposições artísticas, desenvolveu marcas de conceito no skate, organiza shows e ainda por cima é o idealizador da campanha pela valorização do promodel, confira agora um pouco mais de Alessandro “Mcgregor” uma das cabeças pensantes e com atitude do skate brasileiro.

Foto-Fernando Arata

Nome: Alessandro Silva de Carvalho “Mcgregor”
Idade: 34 anos
Tempo de Skate: Desde 1991
Local: São Paulo

Kick Flip em Catamarca Foto-Sege


SS- Como foi seu início no skate e quando surgiu este apelido?
Tive meu primeiro contato com o skate quando fui morar no ano de 1989 em Guarantiguetá, e ia assistir os eventos no Itaguará Country Club, ganhei até um skate na época, mas comecei a praticar efetivamente quando voltei a SP em 1991, desde então até os dias atuais. Meu apelido é da adolescência, recebi no mundo do skate mesmo, um amigo dizia que eu parecia com um suposto skatista McGregor, então ficou o apelido.

SS- Nesta época quem eram suas influencias e quais os principais picos em que você andava?
Andava no bairro e as influências eram os skatistas dos bairros, pois tinha pouca informação.

SS- Você fez parte da Anhangabau Family, quem fazia parte desta crew e o que ela representou para você?
Na verdade fui um dos idealizadores junto com Leandro Gringo, achávamos que havia um preconceito com a cena de skate no centro da cidade, e criamos a crew que era formado pelos profissionais locais da cena na época que eram Leandro “Gringo”, Eu, Marcus “Kamau”, Alexandre “Pregueiro”, Márcio Torreta, Roberto dos Anjos “Indio”, Sucrilhos, Charles Pereira, Maurício Bozo e o José Eduardo “Anjinho”, depois foram incluídos outros profissionais e também os amadores da época. Para mim foi de extrema importância, pois a partir dessa idéia comecei a articular trabalhos para a crew o que criou relacionamentos de trabalho que permanecem até os dias de hoje.

SS- O sonho de andar de skate na Europa, habita a mente de 1 a cada 2 skatistas brasileiros, você foi um dos primeiros brasileiros a ir filmar na Europa para o vídeo “Desaparecidos na Europa” em 2004, como surgiu este projeto e quais as recordações dos dias passados lá?
A viagem em si não foi roubada no sentido de passar necessidades de viagem mas foi roubada no sentido de cumprir o compromisso de fazer um vídeo pois foi complicado todo o processo de produção.

SS- Por falar em viagens, você também viajou muito pela América da Sul produzindo o “El Truco”, como funcionava este intercambio e quais os benefícios que ele te trouxe?
Na verdade comecei a viajar pela América do Sul na época do Anhangabaú Family, apesar de questionarem a informação foi talvez a primeira concepção de tour fora do país, pois até então eram viagens estilo mochilão. Acho que o El Truco foi um trabalho diferenciado sim, mas não que efetivamente tenha criado algo maior, pois já tínhamos feito anteriormente.

Foto-Fernando Arata

SS- Fale um pouco sobre o surgimento da Omnitech e sobre a produção dos vídeos “Movimento” e “21 peças”?
A idéia da Omnitech surgiu pouco a pouco, e todos os envolvidos acabaram influenciando nos rumos da marca, o vídeo Movimento foi complicado de fazer pois fazer vídeo no Brasil é complicado devido a diversos fatores, e o 21 peças acabei por optar de engavetá-lo e está em stand by.

SS- Você é o idealizador da campanha pela valorização do Pro-model no Brasil, como surgiu esta idéia e quais os resultados que a campanha tem atingido?
A idéia surgiu a partir da reclamação de diversos skatistas, comecei com uma campanha através de depoimentos depois tive a idéia de unir com a arte e começou a tomar corpo e agora tem rumos sólidos e efetivos dentro do mercado, apesar de não ter nenhum patrocinador temos uma agenda para alcançarmos 50 exposições com atrações diversas em todas elas.

SS- Alem do Promodel o que mais deveria mudar no mercado brasileiro de skate?
Investimento de marketing das marcas, darem o que é de direito para a área, muitas marcas não devolvem nem um por cento do que ganham com o skate. Apoio a todos os tipos de mídias, incentivo a leitura, investimento nas categorias de base e valorização das categorias do topo, entre outras coisas.

SS- O que você acha do projeto Skate Saúde?
Um projeto diferenciado que tem uma grande função de ajudar o skatista que sempre fica em segundo plano, ainda mais quando se fala da área de saúde.

SS- Fora a campanha do Promodel que envolve skate e arte, você vem realizando um trabalho com toy art, conte-nos como funciona esta sua nova empreitada?
Surgiu da expo dos shapes também, estamos tentando fazer toy art para num futuro fazer toy art de skatistas, e é um novo mercado aonde com certeza vamos levar a bandeira do skate.



SS- Onde você acha que esta o futuro do skate?
Na educação

SS- Cite os 05 melhores skatistas de todos os tempos e o porquê?
Vou citar um brasileiro que vale por cinco,Alexandre Ribeiro. A evolução do skate moderno no Brasil deve-se grande parte a esta pessoa, além de ser um dos primeiros brasileiros a ir viver no EUA e sair no 411 vm.

SS- Quais são os seus planos para o futuro?
O Futuro a Deus pertence, mas espero poder ajudar o mundo do skate e ser participativo na sociedade que vivo
Agradecimentos: A todos que estão lendo a entrevista. Paz, Harmonia e Saúde a todos, o restante vamos buscando.

Um comentário:

Fernando luis Amaro disse...

legal a materia é sempre bom saber como os atletas pensam...geralmente falta um pouco disso na revistas...
não sei se você ja teve a opotunidade de vir a Poços de Caldas,quando vier procure as thermas aqui, tem uma aparelhagem de fisioterapia bem antiga peças de museu msm e que ainda fumionam muito bem é show de bola . abraços