sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Ligamento Cruzado Posterior

Dando continuidade nas lesões que acometem os joelhos de muitos skatistas, falaremos agora sobre a lesão do Ligamento Cruzado Posterior (LCP), lesão no joelho descrita como uma ruptura, deslocamento, estiramento parcial ou completo do ligamento cruzado posterior (LCP) a partir da união do osso que forma o joelho ou em qualquer outro lugar ao longo do ligamento.
As lesões do ligamento cruzado posterior são as que envolvem os maiores danos a articulação do joelho. A literatura mostra bem menos publicações do LCP em relação ao ligamento cruzado anterior (LCA).
O ligamento cruzado posterior (LCP) é um ligamento resistente que vai da superfície superior posterior da tíbia até a base frontal do fêmur.Em uma população normal as lesões do ligamento cruzados posteriores (LCP) ocorrem entre 3% a 25% de todos os entorses de joelho. Sua função primária é prevenir que a tíbia se desloque posteriormente em relação ao fêmur. Para se diagnosticar uma lesão neste ligamento é necessário verificar a história completa do acidente, exame clínico de um médico especializado, e aspecto clínico do paciente após a lesão. Durante a coleta da história o conhecimento do mecanismo da lesão será extremamente necessário para um diagnóstico mais completo.
As lesões geralmente são causadas por traumas diretos no joelho flexionado (com a perna dobrada) ou quando o skatista salta e no pouso roda o joelho para fora, ocorrendo uma hiperextensão (extensão excessiva do joelho).
Quando diagnosticada a lesão apenas um ortopedista, especializado em joelho, poderá indicar o melhor tratamento a ser seguido, que poder ser conservador ou cirúrgico.
A dica para evitar este tipo de lesão, fica em um bom treinamento de força para membros inferiores e também um treinamento proprioceptivo junto de um alongamento antes e após as sessões.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 20 de setembro de 2008

Entrevista

É sempre muito bom ver o empenho de skatistas profissionais tentando evoluir dia após dia numa eterna batalha contra si próprio. Hoje falaremos não com um skatista profissional, mas sim com um profissional do skate que mesmo sem apoio ou patrocínio vem suando muito no dia-a-dia para elevar o nível do skate nacional e melhorar o mercado, mostrando que o amor pelo skate esta em primeiro plano sempre, confira agora as palavras de Fernando Granja, produtor do aclamado Duotone e de muitos outros trabalhos dentro do skate. Nome: Fernando Martins Granja
Idade:28 anos
Tempo de skate: desde 96
Local: São Paulo
Patrocínio: não possui

FS Crooks em Barcelo 2004 foto-arquivo pessoal

SS- Como surgiu o seu interesse pelo skate?
Através do programa de skate Grito da Rua, que passava na tv aberta em 90/ 91...

SS- Quando você começou a andar quem eram as suas influencias?
Só os amigos de bairro mesmo, aqueles que foram as testemunhas das primeiras guias subidas de ollie, das primeiras vezes de colar nas pistas Prestige, ZN e São Caetano...

SS- E o interesse em começar a filmar, quando começou?
Desde sempre na real! Um desses meus amigos tinha uma câmera Hi-8 e em 97 a gente filmava e editava de video pra video e já ficava bem feliz com o resultado!

SS- Como foi filmar o Duotone?
Foi muito gratificante, pois eu estava direto na sessão com pessoas que eu gosto e tenho amizade, então mesmo se não rendia manobra depois de um dia inteiro de suor não rolava stress. Estávamos todos muito focados no que queríamos.

SS- O Duotone com certeza foi um dos melhores vídeos já produzidos no Brasil e porque não no mundo, e certamente deve ter aberto algumas portas para você, quais os resultados que a produção deste trabalho lhe trouxe?
De 99 a 2004 eu trabalhei na revista 100%SKATE, comecei como estagiário de arte e saí como diretor de arte e editor assistente. Depois fui trabalhar fora do mercado de skate, mas com arte em revista ainda, porém eu não estava feliz. Mas foi nesse trampo que eu descobri que não seria feliz se não trabalhasse com skate. Então eu juntei dinheiro, comprei minha VX 2.000 (câmera que tenho até hoje), e comecei a filmar. Foram quase 3 anos trabalhando no Duotone e, logo após o lançamento, fui chamado para ser Diretor de Arte da revista SKT. Talvez esse tenha sido o fruto mais palpável do vídeo... já na SKT, estão aparecendo oportunidades de fazer vídeos como o ¡VISCA! (recentemente lançado) e o SKT na ESTRADA 2008 (lançamento setembro 2008). Mas resumindo, a principal porta que o Duotone me abriu foi a chance de conseguir voltar mais forte para trabalhar no mercado de skate.

SS- Você conhece a maioria dos picos da Europa, em especial Barcelona, tirando o skate, quais as principais diferenças culturais e as principais semelhanças entre os países europeus e o Brasil?
Eu não conheço tanto a Europa em sí, mas já fui algumas vezes para Barcelona. Essa cidade turística atrai o mundo inteiro durante o verão, e você pode encontrar com japoneses, americanos, sul-americanos, australianos e diversos europeus, claro. A principal diferença talvez seja na educação do povo, que o respeito pelos mais velhos e até o respeito pela liberdade do próximo em fazer e ser o que quiser é muito nítido. Ninguém liga para o que você esteja fazendo, desde que não incomode. Mas no fundo, somos todos seres humanos falhos, independente da condição financeira, e por eles terem uma condição melhor, faz com que sejam um pouco mais frios e independentes, enquanto nós brasileiros somos mais hospitaleiros por natureza porque a falta de condição faz com que nós nos ajudamos uns aos outros.

SS- A trilha sonora do Duotone também é muito diferenciada, como rolou a seleção das musicas para o vídeo?
A maioria eu escolhi. Foi muito louco juntar Racionais MCS com Dave Brubeck, que é um tiozinho pianista dos mais clássicos do jazz! Dai tem Relatos da Invasão, que é um grupo novo e a melodia encaixou perfeito com a parte dos amadores. O Mundo Livre S/A na parte de pistas serve pra quebrar um pouco do gelo do rap e para trazer um pouco mais de identidade brasileira ao vídeo. A música da parte do Alex&Mamá foram eles que escolheram (La the Darkman) e a idéia do mix no começo da parte do Rodrigo&Fabio foi idéia do Fabio e as músicas o Rodrigo que escolheu, dai eu fiz a mix no Final Cut. A abertura é um beat clásico para quem gosta de rap e os créditos seguem ao som descompromissado do funk carioca!

SS- O que você acha do mercado nacional, com relação patrocínios e a produção de vídeos?
Eu não gosto muito de ficar reclamando... Apesar de nunca estar satisfeito! Mas se você olhar para trás, vai ver que o mercado de vídeo de skate vem tomando corpo com os anos, a medida que a galera independente investe em equipamento e as marcas vem investindo em trabalhos também, como pequenos vídeo de tours. Hoje em dia praticamente todas as tours que as marcas fazem elas levam um videomaker, isso é um grande avanço, pois passa a dar condição de trabalho para os videomakers.

SS- Atualmente você trabalha na Revista SKT, qual a sua função dentro da revista e como funciona o seu serviço?
Eu trabalho na arte. Faço diagramação da revista, que é ajudar a escolher as fotos que serão publicadas e montá-las com o texto, bolando um fundo, escolhendo cores e fontes para dar identidade a matéria. Com essa febre de vídeos, tenho também essa porta aberta lá, qualquer projeto de vídeo que passar pela SKT tenho uma possibilidade grande de estar envolvido.

SS- Recentemente você fez o vídeo da Element intitulado ¡Visca!, comente um pouco sobre como foi mais esta produção?
Foi um sonho. Ir para Barcelona 3 semanas com 3 skatistas bons e gente fina, com tudo pago, sem stress de grana e ainda ganhando pra isso: o que mais eu vou querer?!?!?! rsrs

SS- O que você acha do projeto Skate Saúde?
Acho muito style, pois trás informação gratuita para os skatistas terem mais conhecimento sobre lesões, como prevenir e como remediar!

SS- Você como videomaker que esta sempre filmando em tours pelo Brasil e pelo mundo, de sua opinião sobre a importância de um fisioterapeuta acompanhar as sessões de skate durante estes eventos?
Tudo que envolve cuidar da saúde física ou mental do skatista é válido, se você for pensar que ele precisa do corpo e da mente sã para ter plenas condições de fazer seu trabalho. É claro que é utópico ter um fisioterapeuta 24hrs por dia durante as sessões na rua, mas seria bom se todo skatista tivesse no mínimo um acompanhamento de um profissional desse para dar mais suporte e ajudar em sua condição física, o que diminuirá o risco de lesões.

SS- Quais os seus planos para o futuro?
Evoluir como pessoa, cuidar da saúde para ter força e vontade de fazer cada vez mais coisas na vida! Tendo saúde o resto é consequência do trabalho!





sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ligamento Cruzado Anterior

Dando continuidade as lesões que ocorrem no joelho falaremos agora sobre a lesão no LCA (ligamento cruzado anterior), que infelizmente vem acometendo uma grande quantidade de skatistas. A articulação do joelho é considerada uma das maiores e mais complexas estruturas da anatomia humana. Sua articulação é do tipo gínglimo, que permite o movimento de flexão, extensão e um certo grau de rotação. A articulação do joelho é formada por três ossos: fêmur, tíbia, patela (osso sesamóide). A última, por ser um osso sesamóide, permite movimentos diferentes dos outros, e as estruturas são cápsulas articulares, estruturas extracapsulares e intracapsulares, e membrana sinovial. A articulação do joelho contém dois ligamentos cruzados que tem a função de impedir o movimento de translação anterior ou posterior da tíbia em relação ao fêmur. Eles se chamam cruzado, porque se cruzam no centro da articulação.
As lesões do LCA ocorrem geralmente por mecanismos onde o estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura. As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento, força e alongamento, seu trauma pode ser direto ou indireto. Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e desaceleração súbita geralmente seguida de estalos e hemartroses (acúmulo de sangue) presente dentro de poucas horas, ou ainda abdução com rotação externa e hiperextensão, que muitas vezes acontecem em manobras de borda, canos e gaps, dependendo do eixo em que o corpo gira após a queda.
Outro mecanismo de lesão do LCA é quando o indivíduo fica com o pé no chão e promove uma força de rotação do joelho ou seja é ocasionado por uma hiperextensão, rotações com o pé fixo no chão, onde freqüentemente são observadas lesões de ligamento colaterais e mediais, ambas envolvendo mecanismo de desaceleração do movimento, muito comum em manobras erradas onde um pé cai fora do skate e outro no shape fazendo este movimento de torção.
Um bom alongamento e fortalecimento muscular de membros inferiores é uma boa dica para minimizar as chances desta lesão, que caso ocorra poderá ter um tratamento conservador ou cirúrgico dependendo do grau da lesão.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sábado, 6 de setembro de 2008

Menisco

Um dos locais mais lesionados no skate é o joelho, onde diferentes tipos de lesões podem ocorrer. Hoje falaremos sobre uma muito comum em esportes com paradas bruscas, mudanças de direção e rotação, flexão de joelhos e alto impacto como o skate que é a lesão de meniscos. Na anatomia, os meniscos são cartilagens presentes na articulação fêmurotibial (joelho), entre os côndilos do fêmur e da tíbia. Os meniscos têm a função de diminuir o impacto e promover a adaptação (melhorar o encaixe) entre as faces articulares do fêmur e da tíbia.
São dois meniscos, um medial e outro lateral, ambos localizados acima da tíbia. Têm o formato de meia lua, com uma divisão em corno anterior, corpo e corno posterior. Como cartilagem, apresentam poucos vasos sangüíneos, o que dificulta sua capacidade de regeneração, caso sofram alguma lesão. Uma vez lesionados, dificilmente se recuperam espontaneamente.
Na lesão, a cartilagem do menisco rompe-se, causando dor súbita no lado afetado, inchaço e algumas vezes dificuldade para movimentar o joelho. Na fase aguda, o tratamento indicado é repouso, diminuição da carga sobre o joelho, gelo e medicação analgésica. Se os sintomas persistirem e os exames complementares confirmarem a lesão meniscal, o tratamento deve ser cirúrgico, já que a cartilagem não tem poder de cicatrização.
Antigamente, as cirurgias de menisco retiravam totalmente a cartilagem machucada. Hoje, porém, sabe-se que esse método causa um grande desgaste da articulação e favorece a artrose do joelho. O tratamento cirúrgico é feito, atualmente, com cirurgia artroscópica para “costurar” a cartilagem rompida ou para retirar somente a área lesionada, impedindo que pequenos fragmentos se instalem no espaço dentro do joelho, causando dor durante a atividade física.
Na maioria das vezes, o skatista lesionado pode voltar à atividade. Em alguns casos, porém, as lesões de menisco estão ligadas a lesões de outras cartilagens do joelho e a cirurgia de menisco não resolve o problema, mas são casos muito raros devido ao grande avanço da medicina e das técnicas de prevenção e reabilitação de lesões.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se